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é doutora em Educação na Universidade Federal da Bahia – UFBA . Mestre em Educação pela Universidade Federal de Santa Catarina. Graduada em Pedagogia pela Universidade do Estado da Bahia. Atualmente é Professora Titular da Universidade Tiradentes (UNIT) onde atua no Programa de Pós-graduação em Educação na linha Educação e Comunicação. Pesquisadora do Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP).
Após a leitura de sua Tese, a minha participação na palestra teve como referencial o que foi debatido pelos colegas presentes e os links do que foi lido* e ouvido na palestra.
A palestrante nos trouxe inicialmente uma reflexão sobre as dimensões políticas, econômicas e teóricas da TV Digital no Brasil. Relatou sobre a sua trajetória de pesquisa e sobre as transformações sociais, políticas, econômicas, educacionais e tecnológicas pelas quais a sociedade contemporânea vem passando e as formas de os sujeitos construírem o conhecimento, se colocarem no mundo e se relacionarem. Para a professora essas transformações são ao mesmo tempo, includentes e excludentes em função dos valores e interesses(financeiros, econômicos e políticos) de cada País.
Foi-nos apresentada uma retrospectiva linear da televisão como o veículo de comunicação mais utilizado por pessoas de diversas partes do mundo para obter informações e entretenimento e como ela passou por diferentes transformações tecnológicas. Esta tecnologia ainda é vista como mais um recurso de comunicação que apresenta somente uma melhor qualidade de som e de imagem. Além destas mudanças operacionais outras ocorreram a exemplo das transmissões via antena terrestre (VHF) ou por satélite, cabo e pela internet (WebTV). Entretanto a grande transformação é, sem dúvida, a digitalização do sinal emitido para cada aparelho. Este sinal que era por ondas eletromagnéticas agora é por dígitos (0 e 1). O que caracteriza uma mudança radical e potencializadora de conhecimento principalmente na educação.
Foram apresentadas algumas iniciativas de sites na internet que disponibilizam TV via Web, mas que ainda usam o sentido unidirecional UM PARA TODOS e onde os espectadores assistem passivamente a programação, sem a interatividade, como na TV analógica que temos na sala da nossa casa: http://www.alltv.com.br, http://tv.terra.com.br/. A professora Edméa contribuiu acrescentando que com o digital os sujeitos deixam de ser espectadores para tornarem-se sujeitos interagentes: aqueles que com a potencialidade do digital criam, produzem e disponibilizam conteúdos, somente com a interatividade é possível que os sujeitos possam obter a informação, filtrá-la, administrá-la e manipulá-la de maneira que possa convertê-la em algo que seja significativo para ele.
Em outro momento foi dado destaque para a o processo que inclui produção, transmissão e recepção de conteúdo de radiodifusão que vem passando por transformações, principalmente com a inserção das tecnologias digitais. O que hoje estamos chamando de TV digital é exatamente a digitalização da segunda etapa do sistema, ou seja, é a parte da transmissão da radiodifusão. As transformações proporcionadas pela TV digital são inúmeras e muitas já eram esperadas como, por exemplo, fazer a seleção e gravação de programas de acordo com a preferência do sujeito. Porém, outras alterações, que sequer foram imaginadas ainda, poderão ser adicionadas ao sistema digital, uma vez que este sistema permite que todo conteúdo em formato digital possa ser facilmente manipulado.
Professora Simone nos falou também de suas inquietações com a publicação do Decreto nº 4.901 de 26 de novembro de 2003, pois não houve discussões sobre as possibilidades de democratização da comunicação, de exercício da cidadania ou de inclusão social e a maneira como a TV é tratada: apenas como uma questão tecnológica.
No Brasil foram realizadas algumas pesquisas visando à utilização da TV digital na educação. Uma destas pesquisas foi realizada pelo Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), que criou o Serviço de Apoio ao Professor em Sala de Aula (SAPSA). Este serviço tem o objetivo de disponibilizar conteúdos multimídia educacionais em aulas presenciais, como forma de melhorar a interação entre professor e alunos.
Existem no mundo três modelos (americano, europeu e japonês) de TV digital, utilizados pela maioria dos países, o Brasil utiliza o modelo japonês. Em 2003, quando foi publicado o Decreto que instituiu o Sistema Brasileiro de Televisão Digital, houve uma esperança de que esta nova TV pudesse favorecer a democratização da comunicação e a inclusão social. O investimento feito pelo governo de aproximadamente R$50 milhões no desenvolvimento de pesquisas indicava que teríamos uma tecnologia nacional que atenderia às necessidades da sociedade brasileira, principalmente no que dizia respeito à formação de uma rede de educação à distância e da inclusão social. Mas, como sempre acontece este investimento foi desconsiderado pelo governo ao adotar o modelo japonês como sendo o padrão para o SBTVD. Entendemos que a discussão sobre a implantação da TV digital não é apenas uma questão de escolhas tecnológicas sobre a melhoria da qualidade do som e da imagem. Esta é uma discussão política, econômica, social e educacional e, por este motivo, deveria ter acontecido um grande debate na sociedade com o objetivo de esclarecer a população sobre as potencialidades desta nova mídia.
Um ponto alto da palestra e que particularmente gostei bastante foi a apresentação do cordel da TV digital, disponível em: http://www.youtube.com/watch?v=teO5p-Py-zY.
O Brasil tem dado mostra de ser um país com grande possibilidade de inovação no campo tecnológico. Para a implantação de novos serviços na TV digital como, por exemplo, multiprogramação, interatividade e mobilidade será preciso mudar a legislação de comunicação de alguns países, inclusive do Brasil, cujo Código Brasileiro de Telecomunicação é de 1962. O aproveitamento do espectro eletromagnético que poderá ser utilizado para a implantação da multiprogramação é um exemplo da necessidade de mudanças nas leis de comunicação, pois no Brasil, por exemplo, as emissoras de TV são as responsáveis pela produção, operação e transmissão de programas. Ou seja, são ao mesmo tempo operadoras e programadoras, a exemplo da Rede Globo, Rede Record, SBT etc.
*Tese da Professora Simone Lucena disponível em:
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_o\
bra=137220
ALGUNS LINKS SOBRE TV DIGITAL
Fazendo Media http://www.fazendomedia.com/novas/movimentos260906.htm
Blog TV Digital Intervozes http://www.intervozes.org.br/blogdatvdigital/
Vídeos sobre TV Digital
http://www.midiaindependente.org/pt/blue/2006/06/356214.shtml
Cordel da TV Digital – Luciana Rabelo
http://www.ciranda.net/spip/article300.html
Grupo de Pesquisa da UFPB http://www.ldmi.ufpb.br/grupodepesquisa
Sistema Brasileiro de Televisão Digital http://sbtvd.cpqd.com.br/
Revista Com Ciência da SBPC sobre TV Digital
http://www.comciencia.br/comciencia/
Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação http://www.fndc.org.br/
Sobre o SAPSA
http://www2.cpqd.com.br/1/4566+fatos----tv-digital-nas-escolas-sapsa-tv-digital.\
html
http://sbtvd.cpqd.com.br/
Blog da professora Simone Lucena: http://trocandoideias.wordpress.com/
Postado por Rosemary dos Santos
Rose, parabéns pelo post/resenha da palestra da professora Simone. Muito bem, parabéns! Além de ter feito um relato que demostra sua aprendizagem, você oportuniza os interagentes do nosso blog a buscar mais informações sobre o tema.
ResponderExcluirQuero apenas chamar a atenção para alguns problemas de interpretação. A professora Simone não fez uma abordagem da TV de forma linear. A abordagem foi histórica e contextualizada. A TV digital não é uma evolução da TV analógica, nem da Web TV. Cada formato é único e todos convivem juntos em nosso tempo. Ao analisar as "web tvs" a professora realmente denuncia a lógica linear existente no meio, mesmo sabendo que a Web pode mexer com a lógica comunicacional "um-todos". O caso alltv.com.br aparece como um case diferenciado, por integrar outras mídias na interface, a exemplo dos chats e das comunidades. Além disso, a programação da AllTV permite co-criação, uma vez que alguns programas são co-produzidos pelos profissionais da TV com ajuda dos interagentes. Podemos nos inspirar nestas práticas para repensarmos nosso projeto de EAD e da educação presencial mediada pelas tics.
Quem co-cria o post da Rose? Vamos nessa pessoal! Cibercultura é ação e não apenas teoria.
[]s
Méa
Obrigada Méa pela intervenção. É isso mesmo ;-)
ResponderExcluirRosemary